Pesquisa Mineração & Condições de Vida
Dados e análises do desenvolvimento dos 79 municípios com maiores receitas provenientes da mineração
Sobre a pesquisa
A pesquisa Mineração & Condições de Vida busca compreender como a presença da atividade mineral afeta diferentes dimensões da vida nos territórios.
Realizado pela Agenda Pública, com patrocínio da Plataforma de Transição Justa e apoio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, esta iniciativa visa oferecer insumos para a formulação de políticas públicas mais eficazes e para a atuação responsável de empresas e organizações que operam em territórios com presença de atividades de mineração.


Patrocínio
A Plataforma de Transição Justa busca apoiar estados, municípios e empresas na construção de respostas institucionais e ações concretas para a transição justa para uma economia de baixo carbono. Apoia a modernização de políticas e instrumentos de desenvolvimento e diversificação econômica para promover uma economia mais verde e mais justa, especialmente, naqueles territórios que tem sua economia baseada em atividades econômicas intensivas em carbono.
Nota metodológica
A seleção dos municípios mineradores considerou como critério a participação mínima de 5% da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) na receita total municipal em pelo menos um ano entre 2018 e 2024. Esse recorte capta também aqueles municípios estruturalmente dependentes do setor mineral, tanto em termos de arrecadação quanto para geração de oportunidades econômicas. Por essa característica, muitas vezes, estão sujeitos a possíveis impactos de oscilações no internacional de commodities minerais . Os 79 municípios selecionados concentram-se principalmente em Minas Gerais e no Pará.
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Construção do Índice Condições de Vida
Para captar a complexidade do desenvolvimento nos municípios mineradores, foi elaborado o Índice Condições de Vida (ICV). O ICV é um índice sintético inspirado em metodologias consagradas como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), e integra oito dimensões temáticas consideradas essenciais para o bem-estar social e o desempenho institucional dos municípios.
Cada dimensão reúne um conjunto de variáveis específicas, que refletem tanto a oferta quanto a qualidade dos serviços públicos, além de aspectos estruturais e institucionais. Os detalhes sobre cada variável, sua definição, fonte e ano de referência constam em seção própria do relatório.
- Educação
- Saúde
- Proteção Social
- Meio Ambiente
- Finanças Públicas
- Infraestrutura
- Desenvolvimento Econômico
- Gestão
Seleção e Normalização dos Indicadores
Os indicadores foram selecionados a partir dos seguintes critérios:
- Origem em bases públicas e oficiais (IBGE, DATASUS, STN, ANM, entre outros);
- Atualização recente (com prioridade para dados 2022–2024);
- Cobertura municipal e comparabilidade nacional;
- Acesso aberto, auditável e gratuito.
Variáveis de desempenho fiscal e de arrecadação mineral foram extraídas do FINBRA (Siconfi) e da Agência Nacional de Mineração (ANM). Os indicadores socioeconômicos provêm de bancos como IBGE, INEP, DATASUS, SUAS, entre outros.
Para permitir a comparação entre variáveis de diferentes escalas e unidades, foi adotada a normalização min-max, convertendo todos os indicadores para uma escala comum de 0 a 1. Em indicadores onde valores menores indicam melhor desempenho (ex: mortalidade infantil), a escala foi invertida para manter a lógica “maior é melhor”.
Estrutura dos Índices
O ICV geral de cada município corresponde à média aritmética simples das oito dimensões temáticas, sem pesos diferenciados.
Além do índice geral, foram construídos dois subíndices temáticos:
- Capacidades Socioambientais: combina Saúde, Educação, Proteção Social e Meio Ambiente;
- Capacidades para o Desenvolvimento: integra Finanças Públicas, Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Gestão.
Esses recortes permitem leituras orientadas por diferentes prioridades de política pública.
Classificação dos Municípios
Os resultados do ICV e de seus subíndices foram apresentados em uma escala contínua de 0 a 1, com classificação em cinco faixas, inspiradas no IDHM:
- Muito baixa condição de vida: 0,000 a 0,499
- Baixa condição de vida: 0,500 a 0,599
- Média condição de vida: 0,600 a 0,699
- Alta condição de vida: 0,700 a 0,799
- Muito alta condição de vida: 0,800 a 1,000
Essa categorização facilita o diagnóstico, o monitoramento e a comunicação dos resultados, além de orientar o uso dos dados por gestores públicos, setor privado e organizações sociais.
Análises Estatísticas
Foram realizadas análises descritivas (médias, máximos, mínimos, dispersão) e análises de correlação e regressão para investigar a relação entre o ICV (e seus subíndices) e variáveis estruturais como PIB per capita e população. Os resultados revelaram que, embora a mineração possa elevar indicadores econômicos, infraestrutura é determinante para a qualidade de vida local.
Limitações e Transparência
- Todos os dados utilizados são de acesso público, permitindo a reprodutibilidade dos resultados.
- Limitações de atualização e periodicidade de algumas fontes podem impactar a comparabilidade ano a ano.
- O critério de corte dos 5% de CFEM foi definido para capturar dependência estrutural, mas não esgota a diversidade de perfis municipais com atividade mineradora.
Dimensões temáticas
A pesquisa Mineração & Condições de Vida está organizada em cinco dimensões temáticas, com indicadores que permitem compreender o impacto da mineração sob diferentes aspectos:

Educação
Indicadores relacionados à qualidade da educação básica, acesso à escola e desempenho dos alunos.
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Qualidade da educação do 1º ao 5º ano, medindo aprendizado e aprovação escolar.
Fonte: IBGE (2023)
IDEB – Anos finais do ensino fundamental (Rede pública)
Qualidade da educação do 6º ao 9º ano, medindo aprendizado e aprovação escolar.
Fonte: IBGE (2023)
Taxa de Abandono Escolar – Ensino Fundamental
Proporção de estudantes que deixaram a escola sem concluir o ano letivo.
Fonte: INEP (2023)
Gasto total em educação por habitante
Valor gasto pelo município em educação por habitante, incluindo salários, infraestrutura e programas.
Fonte: Siconfi (2024)
Taxa Líquida de Matrículas em Creches
Percentual de crianças de 0 a 3 anos matriculadas em creches.
Fonte: INEP (2024)
Taxa de Distorção Idade/Série – Ensino Fundamental
Percentual de alunos com atraso escolar de dois anos ou mais.
Fonte: INEP (2024)

Saúde
Dados sobre infraestrutura de saúde, atenção básica, mortalidade e acesso da população aos serviços.
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Proporção da população coberta por equipes básicas de saúde.
Fonte: Ministério da Saúde (04/2025)
Cobertura vacinal
Percentual da população-alvo que recebeu as vacinas previstas no calendário nacional.
Fonte: DATASUS (2023)
Gastos per capita em saúde
Valor gasto pelo município em saúde por habitante, abrangendo unidades, insumos e programas públicos.
Fonte: Siconfi (2024)
Taxa de mortalidade infantil
Óbitos de crianças menores de 1 ano por mil nascidos vivos.
Fonte: DATASUS (2023)
Equipamentos SUS per capita
Proporção de equipamentos de saúde pertencentes ao SUS por habitante.
Fonte: DATASUS e IBGE (2025)
Subnutrição
Crianças de 0 a 5 anos com peso baixo ou muito baixo para a idade.
Fonte: Sisvan/Ministério da Saúde (2024)
Obesidade
Crianças de 0 a 5 anos com peso elevado para a idade.
Fonte: Sisvan/Ministério da Saúde (2024)

Infraestrutura
Abrange saneamento, energia elétrica, mobilidade urbana e acesso a serviços básicos.
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Proporção de despesas do município com urbanismo em relação ao total de despesas.
Fonte: Siconfi (2024)
Acesso à água
Percentual de domicílios com ligação à rede geral de água.
Fonte: IBGE (2022)
Acesso ao esgoto
Percentual de domicílios com coleta de esgoto via rede pública.
Fonte: IBGE (2022)
Iluminação pública
Percentual de moradores em ruas com iluminação pública.
Fonte: IBGE (2022)
Vias pavimentadas
Percentual de domicílios localizados em ruas pavimentadas.
Fonte: IBGE (2022)
Cobertura de Internet Móvel (4G)
Percentual do território municipal com cobertura 4G.
Fonte: Anatel (2024)

Meio ambiente
Indicadores de preservação ambiental, desmatamento, acesso à água e gestão de resíduos.
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Proporção de despesas do município com meio ambiente em relação ao total de despesas.
Fonte: Siconfi (2024)
Destinação final dos resíduos sólidos urbanos
Graduação do tipo de destinação dos resíduos sólidos urbanos, classificada em: 1 – Lixão (destinação inadequada), 2 – Aterro controlado (intermediário), 3 – Aterro sanitário (destinação adequada).
Fonte: SINISA (2023).
População atendida pela coleta de resíduos sólidos
Percentual da população atendida pela coleta de resíduos sólidos.
Fonte: SINISA (2023)
Materiais recuperados sobre massa coletada
Percentual de materiais recuperados em relação ao total coletado.
Fonte: SINISA (2023)
Desmatamento da vegetação nativa/Área do município
Proporção da área municipal desmatada em relação à área total.
Fonte: PRODES (2023)

Desenvolvimento econômico
Indicadores sobre geração de emprego, renda, atividade produtiva e dinamismo do mercado local
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Riqueza gerada por habitante no município.
Fonte: IBGE (2021)
Saldo Mensal de Empregos Formais
Diferença mensal entre admissões e desligamentos de empregos formais.
Fonte: Caged (05/2025)
Salário médio mensal dos trabalhadores formais
Valor médio dos salários pagos aos trabalhadores formais do município.
Fonte: RAIS (2023)
População ocupada
Total de pessoas ocupadas no município.
Fonte: IBGE (2022)
Tempo médio de abertura de empresas
Quantidade média de dias para abertura de empresa.
Fonte: Ministério do Trabalho (2025)

Proteção
Social
Dados relacionados à pobreza, extrema pobreza, inclusão produtiva e cobertura da rede de assistência social
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Número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza por habitante.
Fonte: Programa Bolsa Família e Cadastro Único (2025)
Percentual de famílias registradas no CadÚnico que recebem até 1/2 salário mínimo
Proporção de famílias de baixa renda registradas no CadÚnico.
Fonte: Programa Bolsa Família e Cadastro Único (2025)
Número de Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) por 100 mil habitantes
Densidade de CRAS por 100 mil habitantes.
Fonte: IBGE (2023)

Finanças
Públicas
Informações sobre autonomia fiscal, investimentos, despesas, liquidez e sustentabilidade das contas municipais
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Capacidade de pagamento das despesas administrativas do município de acordo com as próprias receitas geradas.
Fonte: Firjan (2023)
Despesas Correntes Pagas/Despesas Totais
Proporção de despesas correntes em relação ao total de despesas.
Fonte: Siconfi (2024)
Gastos com Pessoal
Proporção de gastos com pessoal em relação à Receita Corrente Líquida.
Fonte: Firjan (2023)
Investimentos
Capacidade de investimento do município.
Fonte: Firjan (2023)
Liquidez
Capacidade do município de pagar obrigações de curto prazo.
Fonte: Firjan (2023)

Gestão
Indicadores de efetividade dos gastos públicos, transparência, estrutura administrativa e capacidade de gestão municipal
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Proporção de servidores públicos em relação à população total.
Fonte: IBGE (2023)
Efetividade do Gasto em Educação
Relação entre gasto por habitante em educação e o IDEB do 5º ano.
Fonte: Siconfi e IBGE (2023)
Efetividade do Gasto em Saúde
Relação entre gasto per capita em saúde e a cobertura de APS.
Fonte: Siconfi e Datasus (2024)
Porcentagem de servidores efetivos
Percentual de servidores efetivos em relação ao total de servidores.
Fonte: IBGE (2023)
Índice de transparência municipal
Avaliação da qualidade e atualidade das informações nos portais de transparência.
Fonte: Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (2024)
Pesquisa Mineração & Condições de Vida
A pesquisa Mineração & Condições de Vida analisa a relação entre a atividade mineradora e o desenvolvimento e bem-estar dos municípios de atuação, oferecendo dados e insights que podem orientar políticas públicas e práticas empresariais sustentáveis.
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Iniciativas da Agenda Pública sobre mineração e desenvolvimento

Prêmio Municípios Mineradores
O Prêmio Municípios Mineradores faz o mapeamento, reconhecimento e premiação de resultados de boa governança em municípios com mineração.
O prêmio é destinado a municípios com mineração que tenham os maiores índices de arrecadação de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) e que possuam boa performance e qualidade na prestação de serviços públicos.
Avalia mais de 200 municípios em oito dimensões – educação, saúde, proteção social, desenvolvimento econômico, meio ambiente, finanças, infraestrutura e gestão. O prêmio é realizado bianualmente, em conjunto com o IBRAM e o Ministério de Minas e Energia.

Boa governança para o desenvolvimento em municípios mineradores
Os aprendizados identificados pelo Prêmio Municípios Mineradores servem como referência para outros municípios que buscam melhorar a qualidade da gestão pública e oferecer melhores serviços à população.
Na publicação são apresentados os indicativos de qualidade de entregas de serviços públicos dos municípios vencedores de cada categoria. O relatório aponta os destaques positivos de cada atuação, mostrando como é possível que prefeituras e empresas atuem colaborativamente para converter receitas das atividades mineradoras em bem-estar e desenvolvimento.

Guia Estratégico para Secretarias Municipais de Desenvolvimento Econômico
O Guia foi elaborado para apoiar gestores públicos na criação e consolidação de estruturas institucionais voltadas ao crescimento local sustentável.
A publicação oferece orientações práticas sobre como planejar, organizar e operacionalizar secretarias que promovam inclusão produtiva, diversificação econômica e geração de oportunidades.
Voltado especialmente a pequenos e médios municípios, incluindo aqueles com forte presença da mineração, o guia propõe uma nova visão de desenvolvimento: mais integrada, participativa e baseada em vocações territoriais. Além das diretrizes operacionais, apresenta uma régua de maturidade institucional, exemplos de políticas bem-sucedidas em diversas regiões do país e caminhos para alinhar planejamento estratégico, captação de recursos e articulação intersetorial em prol de um desenvolvimento mais justo e duradouro.
Mais iniciativas ligadas à Condições de Vida

Pesquisa: Qualidade do Serviço Público nas Capitais
Analisadas dezenas de indicadores em seis áreas – educação, saúde, proteção social, desenvolvimento econômico, mobilidade e gestão da qualidade – em cada capital, a pesquisa também foi idealizada para que pudesse subsidiar o debate nas eleições municipais e nas transições de governo. Além da avaliação dos serviços prestados em 26 capitais, a Pesquisa também conta com propostas de soluções de melhoria baseadas nos problemas detectados.

Pesquisa: Petróleo e Condições de Vida
Buscando responder, por meio de indicadores, às seguintes questões: os royalties recebidos pelos municípios estão sendo revertidos em serviços públicos de qualidade? Como avaliar a governança nesses contextos? Qual o papel das empresas para que os municípios possam gerar bem-estar coletivo e alcançar um modelo de desenvolvimento sustentável? a Pesquisa Petróleo e Qualidade de Vida traz mais do que um diagnóstico, apontar quais são os serviços de excelência e quais precisam de melhorias.

Pesquisa: Agro & Condições de Vida
Com base em dados públicos e uma análise detalhada de indicadores em cinco dimensões – educação, saúde, infraestrutura, meio ambiente e economia –, a pesquisa Agro & Condições de Vida investiga os 50 municípios com maior PIB agropecuário e a sua ligação com a qualidade de vida da população local. Além de retratar as desigualdades nos territórios, o estudo traz contribuições para políticas públicas mais justas e sustentáveis, promovendo o uso estratégico da informação na gestão local.
Na mídia

Quem somos
A Agenda Pública é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que, desde 2009, atua para fortalecer e qualificar a atuação de governos e empresas em prol do desenvolvimento local e regional resiliente e sustentável. Por meio de soluções práticas e abordagens de governança moderna, capacita equipes intersetoriais e fomenta parcerias estratégicas para criar serviços públicos mais simples, inteligentes e humanos.
Com uma forte crença na importância da colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil, a Agenda Pública potencializa capacidades institucionais e territoriais, ampliando oportunidades de desenvolvimento inclusivo. Com expertise em implementação de políticas públicas e gestão de modelos de governança, permite encontrar soluções viáveis para desafios complexos, gerando impactos positivos e legados duradouros em parceria com os stakeholders.